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21 DE AGOSTO DE 2023. POR JOYCE RODRIGUES

O café da ExpoGenética

O café da ExpoGenética
O grão premiado da Terra Brava leva o nome Dona Neném, em homenagem à mãe do pecuarista Eduardo Pinheiro Campos

Uma história longa merece um café coado na hora. Então, separe sua xícara, que esse é especial!

A cafeteria instalada no receptivo do pavilhão 26, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), foi a maneira que o pecuarista Eduardo Pinheiro Campos encontrou de unir o útil ao agradável. Durante a ExpoGenética, quem visitar o expositor pode apreciar um bom café enquanto avalia os touros da Terra Brava Agropecuária em exposição.

Sentado, aguardando a chegada dos animais, pacientemente, Eduardo conta sobre a propriedade em Presidente Olegário, na região de Patos de Minas, onde, desde 1976, seguindo os passos do avô e pai cafeicultores, cultiva lavouras do grão usado para preparar umas das bebidas mais consumidas no mundo.



“Somos pioneiros no cerrado mineiro, viemos desenvolvendo o nosso café e, como eu gosto muito de desafios, estamos sempre procurando fazer um café de qualidade e não um café de commodities”, destaca.

O grão premiado da Terra Brava leva o nome ‘Dona Neném’, em homenagem à mãe do pecuarista Eduardo Campos. Mais recentemente, em 2017, as noras de Eduardo criaram a marca Mito, que entrou para a lista de cafés especiais.
O café servido durante a 16ª edição da ExpoGenética percorre o mundo. “Somos fornecedores de uma das marcas mais finas de café italiano, temos clientes no Japão e na Coreia”, orgulha-se o pecuarista e cafeicultor, que produz cerca de 30 mil sacas por safra, 4 mil destas com nota superior a 85 pontos.

Cafés especiais e extraordinários são classificados pela BSCA (Brazil Specialty Coffee Association). Em termos de pontuação dos cafés, poderíamos identificar os tipos de café da seguinte forma: café Extraordinário: acima de 90 pontos; café Especial: acima de 80 pontos; café Gourmet: entre 75 e 80 pontos; café Superior/Premium: entre 70 e 75 pontos; café Tradicional: entre 65 e 70 pontos; café Extraforte: abaixo de 65 pontos.

A excelência que busca com os bovinos na Agropecuária Terra Brava é equivalente à preocupação com a qualidade dos cafés. “Temos muitos experimentos; em 2014, vim a Uberaba, conheci um caldeireiro e fizemos reatores na fazenda Dona Nenem. Hoje, produzimos um café levemente fermentado, que passa nestes reatores e fica suavemente frutado, muito valorizado no mercado por ser exótico”, detalha Eduardo, que planeja produzir em escala.

Se as tecnologias e a genética avançam, o café também evoluiu. Eduardo aproveita para contar que, no dia anterior, esteve na fazenda e provou um novo café com uma nota bastante acentuada, de 91 pontos!



“Fomos habituados a tomar um café queimado ao invés de torrá-lo, também fomos acostumados a usar bastante açúcar, mas isto está mudando com o crescimento do mercado de cafés especiais, alguns grãos têm o sabor com notas de caramelo, outras acentuam o chocolate. O que vale é experimentar”, aconselha.

Pausa na entrevista para um capuccino. Perguntei a Eduardo com quem ele gostaria muito, mas ainda não teve a oportunidade de tomar um cafezinho. A resposta vem ligeira e acompanhada de uma boa risada!

“Tem bastante gente, numa exposição tão bacana como esta, para tomar um café! Espero receber todos”, explica.

​​​​​​​Ele tem razão: afinal, um bom café merece ser compartilhado com o máximo de pessoas.
Eduardo convidou o especialista em cafés, Ronaro Soares, para trabalhar na cafeteria montada pela Terra Brava na 16ª ExpoGenética.

A fervura da água quente fazia um barulhinho bastante agradável quando interrompi Ronaro, que preenchia o fundo de uma minitaça com goiabada cremosa. Ronaro explicou que se sente privilegiado ao trabalhar com um produtor que tem o controle da safra. “Cafés de máxima qualidade como o Dona Neném e o Mito seguem protocolos desde o cultivo e, por isso, proporcionam uma verdadeira experiência sensorial”, garante.

Me despedi e agradeci a entrevista. Eduardo abriu um sachê de um dos cafés e, cuidadosamente, o pacote se transformou em pequeno coador portátil.  Elogiei e ele reforçou: “dá para levar no bolso e passar o próprio café fresquinho!”.

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​​​​​​​Achei a cena o máximo e logo acendeu uma dúvida: café expresso ou espresso?
O café espresso (na versão com “s”) é uma variação da língua italiana. A nomenclatura com “x” é fruto da tradução brasileira.
Então, aqui vamos usar o “x” para combinar com ExpoGenética!

Na cafeteria instalada no pavilhão, é possível experimentar expressos, macchiato (café servido com um pouco de leite), café coado, além do cardápio com drinks que harmonizam café com licor, whisky e doce de leite.

​​​​​​​Fui embora satisfeita com a entrevista e com a bela imagem de um café que talvez ganhe o coração dos mineiros na feira...

​​​​​​​Romeu e Julieta é o nome da receita que, além da goiabada cremosa no fundo da minitaça leva leite vaporizado, pouca quantidade de café expresso e um pedaço de goiabada cascão para decorar.

​​​​​​​Não bebo com frequência, mas admito: o café aproxima!
 

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