Na Etiópia, ABCZ participa do African Livestock Exhibition & Congress (ALEC)
A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) participa, pela primeira vez, da African Livestock Exhibition & Congress (ALEC), principal evento da pecuária na África Oriental, que chega à sua 10ª edição. Realizado no Millennium Hall, em Adis Abeba, capital da Etiópia, o encontro combina feira e congresso, reunindo especialistas, autoridades e empresas para discutir os principais desafios e oportunidades do setor.
A ABCZ está representada no evento pelo Diretor de Relações Internacionais, Bento Mineiro, que apresentou uma palestra sobre as ações da entidade voltadas à melhoria genética do Zebu e ao fortalecimento das relações internacionais da pecuária brasileira.
Com uma programação que integra painéis técnicos, exposição de produtos e tecnologias, além de debates sobre genética, nutrição, sanidade e manejo animal, a ALEC se consolidou como um espaço estratégico para a troca de experiências e o fortalecimento de parcerias comerciais. O evento também promove networking entre produtores, fornecedores, associações e formuladores de políticas públicas, estimulando a integração entre diferentes elos da cadeia pecuária.
.jpeg)
Detentora do maior rebanho bovino do continente, a Etiópia vem investindo na modernização do setor agropecuário e na adoção de tecnologias que contribuam para o aumento da produtividade e da sustentabilidade. Nesse contexto, a ALEC se torna uma vitrine de cooperação técnica internacional.
“A participação do Brasil é inédita e de grande importância estratégica. A Etiópia é um país com enorme potencial, previsto para se tornar o segundo mais populoso do continente africano. Detém o maior rebanho da África, com cerca de 70 milhões de cabeças de gado, o que representa um mercado gigantesco. É uma nação que vem se abrindo recentemente para o mundo, com uma sede enorme por tecnologia voltada à produção de alimentos, e muito interessada nas soluções tropicais desenvolvidas pelo Brasil. Essa aproximação representa uma oportunidade significativa, tanto para o país quanto para o Zebu brasileiro,” destacou Bento Mineiro.
“Isso vale para todo o Leste da África. A ALEC concentra os principais debates sobre pecuária da região e reúne concorrentes de diferentes origens, inclusive europeus, no setor de genética. Nosso desafio aqui é mostrar que a solução tropical do Brasil é a que oferece o melhor custo-benefício e a maior capacidade de adaptação, especialmente entre os pequenos e médios produtores,” completou o Diretor.
“A participação do Brasil, e especialmente da ABCZ, na feira de negócios ALEC, na Etiópia, é uma oportunidade estratégica para fortalecer as relações com o continente africano. Esperamos que o evento amplie o intercâmbio técnico, divulgue a excelência da pecuária brasileira e promova parcerias em áreas como genética, manejo e sustentabilidade. Essa aproximação contribui para o desenvolvimento conjunto e para a consolidação do Brasil como referência em produção agropecuária tropical,” ressaltou Ângela Pimenta Peres, Diretora do Departamento de Promoção e Investimentos da Secretaria de Relações Internacionais do Mapa.
“A Etiópia é o país com o maior rebanho da África, mas a produtividade ainda é muito baixa. A média de produção de leite, por exemplo, é de apenas dois litros por animal, e os bovinos são abatidos com cerca de cinco anos. Costumo dizer que a Etiópia está hoje onde o Brasil estava na década de 1950,” explicou Fabiana Alves, Adida Agrícola do Brasil na Etiópia.
“Esse cenário representa uma enorme oportunidade para o Brasil, que pode compartilhar sua experiência e tecnologia em pecuária tropical. Temos condições de movimentar toda a cadeia, desde a genética, com sêmen e embriões, até equipamentos, capacitação e carne. Recentemente, foi assinado um acordo entre os ministérios da Agricultura do Brasil e da Etiópia para ampliar a transferência de tecnologia e o comércio entre os dois países. A presença da ABCZ na ALEC é fundamental para fortalecer essa cooperação, especialmente por levar o exemplo do melhoramento genético das raças zebuínas brasileiras. O interesse do público foi muito grande, e esperamos que essa parceria seja de longo prazo, promovendo as raças zebuínas melhoradas não apenas na Etiópia, mas em toda a África,” completou Fabiana.
A African Livestock Exhibition & Congress (ALEC) termina neste sábado (1º).